05 novembro 2007

Nova direcção

Há cerca de um ano se iniciou este caminho. Talvez por erro de principiante ( confesso que andei a mexericar pelo modelo do blog sem perceber grande coisa de informática, tacteando à procura de fazer coisas tão simples como "linkar" um blog de que gostasse), ou por erro do blog, sabe-se lá, a verdade é que colocar um parágrafo ao escrever um texto era tarefa impossível a que nos dedicávamos fazendo toda a espécie de acrobacias possíveis, e sempre com resultados desanimadores. Entre tantas queixas, mão amiga se ofereceu para ajudar, e assim lá vamos nós para nova morada, mantendo a casa igual e, assim esperamos, mantendo os amigos.
A nova morada
http://livrosehistorias.blogspot.com/

27 outubro 2007

Memórias dos dias

Ás vezes

Ás quatro e um quarto saio, vou buscar a mais pequena.

Ela vem com um sorriso em passo de corrida, assalta-me com um abraço e sorrio.

Porque será que esta alegria se repete todos os dias?

Saímos, ela nunca tem pressa. Sentamo-nos no banco ao lado da porta, depois descemos as escadas (a sua mão pendurada com o seu peso na minha mão) e paramos intermináveis vezes enquanto tenta apanhar todos os minusculos qualquercoisa que os seus olhos mais rasteiros detectam no chão.

Vamos buscar os manos?

Nãããããão

Não? E sabes dizer sim? Sim?

CHim. Pois, sim é mais difícil do que não.

Entramos no carro, cadeirinha, cinto. Abro janelas que está calor ainda.

No caminho a cabeça dispara em pensamentos, nem me lembro de a ouvir lá atrás. Jantar?, nem sempre relembro o que está decidido, alguma coisa para comprar obrigatória? Hoje não há actividades extra.

Na outra escola vou primeiro ao do meio, sai ás quatro e meia. Miúda pequena no carrinho que tiro da mala (ela assim não foge para todo o lado, nem tenho que a carregar ao colo).

Ele lá vem, feliz e brincalhão. Fala do carrinho que lá ficou, dos amigos que reencontrou, está orgulhoso de ter crescido. A mesma alegria contagia-me o sorriso

Vamos então ter com a mais velha, entrada de cima na mesma escola.

Espero que saia enquanto os mais novos se abraçam reencontrados.

Ela chega, alta, sorriso ternurento, e começa a falar.

Estamos todos, seguimos o nosso ritual de entrada no carro, acomodamo-nos e partimos.

Hoje não pararemos para comprar nada, vamos directos a casa.

A mais velha fala e fala, conta coisas e histórias e novidades e sensações, os outros também querem falar. Ela pára e ouvimos também o miúdo, o que fez, o que brincou, quem encontrou, a mais nova também tem coisas a dizer embora nem sempre a tradução seja muito fiável.

A cacofonia é inevitável e sorrio, apetece abraçar com o sorriso. Conduzo nas curvas da estrada sem pressa.

Chegamos, as portas abrem-se e todos saem (a mais pequena fica, quer ficar a conduzir)

Levo tralhas e volto, a buscá-la.

Depois, as mil e uma coisas do regresso a casa.

Ás vezes todos estes passos não correm leves,

talvez me irrite ou perca a paciência no limite do tempo e do cansaço,

ou porque há problemas a que não vejo o fim.

Ás vezes um deus estranho sorri e lembra-se de me trazer respostas

Coisas que parecem pequenas aos outros,

Mas que nos aliviam todos os sentidos.

Gracias á la vida, manita

21 outubro 2007

A Herança do Vazio

De Kiran Desai

O Livro foi vencedor do Man Booker Prize 2006, e digo isso porque foi esse o motivo que me levou a lê-lo.

A autora é Indiana, e, tal como em O Deus das Pequenas Coisas, um livro sobre a Índia que curiosamente foi também vencedor de um booker prize em 1997, a sua leitura foi-me difícil.

Em ambos os tempos narrativos são intercalados entre passados e presente, e em ambos também me fica uma sensação de lenta agonia misturada com tristeza. Encontro-lhes passagens poéticas, de poesia sobre o feio ou horrível, se é que isso existe, e isso confunde-me. Encontro-lhes também uma certa inevitabilidade no ser, o que me irrita profundamente.

E se no segundo, que li já há algum tempo, tenho a vaga recordação de uma das personagens principais como alguém com interesse em si, já naquele de Kiran Desai apenas encontro uma personagem com piada, verdadeiro optimista e lutador, num “mundo imundo” (como diz a canção de Alcione): um negro clandestino, cheio de manha e alegria de viver, a que me colei com alguma esperança de que conseguisse tornar menos penosa a leitura.

Li-os ambos até ao fim, são poucos os livros que deixei por ler daqueles que começo, mas como dizia M, em Campanhã, depois de feitas as contas às horas de leitura que me restam, parece-me que perdi o meu tempo.

Alguém com diferente opinião me gostaria de “rentabilizar” a leitura? Há tantas coisas que não lemos nos livros quando entramos pelo seu lado errado.

13 outubro 2007

Sábado à tarde

Regresso, a pausa que tardava chega agora.

Entre silêncios fiquei

Entre palavras me reencontro.

Afinal como sabeis

Aqui é

O lugar da janela

E as janelas são o quadradinho de luz

Que se reflecte no lado de lá da parede.

Chego ao amanhecer,

Os tons ainda são alaranjados e estendem sombras pelos jardins,

Tudo está ainda sossegado,

Amanhece devagar este acordar

E os olhos ainda preguiçosos

Vão – se enchendo de luz.

Passeio devagar por aqui,

É bom regressar.

18 setembro 2007

Jardins

Nem por isso suspensos e nem por isso menos belos ou menos imaginados. Estão por lá em Serralves. Vale sempre muito o passeio fora de portas Mas por agora vale também muito uma visita aos jardins que fazem o colorido de uma das salas. O projecto decorreu com 81 escolas do Porto, Pré-escolar e ensino básico 1ºciclo. As Crianças foram artistas, induzidas por uma vasta equipa de técnicos que inventaram desafios. Deixo-vos apenas um cheiro... ...a flores! A não perder.

14 setembro 2007

Filosofia para crianças, Texto de Oscar Brenifier, editora Dinalivros

Dou-me conta de que as férias entraram pelo blog dentro e talvez por mim dentro também.

As férias ou o cansaço.

As férias pelo corrupio dos miúdos (os meus três, os três do mano e a mais velha e óptima companhia, da mana).

O cansaço porque cada ano regressar à “vida activa” me custa mais.

Fico a pensar, que tolice?,

gostaria de ser mãe a tempo inteiro, ficar por casa.

Também quereria explicar isto mas não consigo.

Tenho dois textos inacabados

E uma falta inexplicável de tempo,

Ou de alento.

Parada no tempo, num limbo de recarregar baterias

Que os olhos se fecham sem que lhes mande tal

Hoje vinha falar de livros.

Deixo-vos a imagem apenas

De uma pequena colecção que a mana descobriu

E eu vou fazendo, e lendo, a meias.

03 setembro 2007

lista telefónica de verão

Verão é Verão É tempo de viajar, de sair do lugar Estas são as viagens que me couberam em livros… Fortaleza Digital (Dan Brown) Mais uma teia envolvente ao estilo do autor, andei atrás dele à procura das pistas. Fica o sabor do policial moderno Música e Silêncio (Rose Tremain) Cristiano, rei da Dinamarca pelo ano de 1500, o seu amor pela música, os pensamentos tão íntimos quanto um romance histórico o pode ser, do próprio, da sua consorte, do seu anjo musical e de outros próximos destes. Fica uma bela revelação das extravagâncias do ser humano e fica a frase da leitura do verão que aponto mais abaixo… Freakonomics (Steven Levitt e Stephen Dubner) De como as evidências são contrariadas por números analisados com os binóculos da realidade. Ficam alguns espantos: em casa, piscinas matam mais que armas e como se destroem poderosos servindo-se da voz das crianças. O Véu pintado (Somerset Maugham) O filme passou sem que os meus olhos aí pousassem, fui ao livro, viajei pela china profunda nas almas que me foram contando como “por vezes a maior viagem é a distância entre duas pessoas”. A fragrância da cor do café (Ana Veloso) Que me pintou as fazendas do Brasil na época em que o café enriquecia os bolsos dos donos de escravos. Um romance intenso de sabor e aroma num Rio de Janeiro do tempo da abolição da escravidão e da queda da monarquia. O fiel jardineiro (John Le Carré) A crueza da quantidade de real nesta viagem ficcionada é a revolta que fica. E para os românticos a ideia de que aquele amor que nos é contado existe pelo menos na imaginação de alguém, e só por isso já vale a pena acreditar. Taís de Atenas (Ivan Efremov) - iniciado e suspenso A forma de escrita com constante utilização de termos da época a que se reporta a história obriga a um enorme esforço de desconcentração para conseguir seguir a viagem. Interrompi. Sou persistente, voltarei um dia, com melhor tempo.
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. Assim também passou por mim este verão. e agora a frase, ou melhor, o excerto: "O rei Cristiano tem um caderno pessoal, onde ocasionalmente, aponta os pensamentos e reflexões que parecem surgir-lhe no espírito espontaneamente. Estas observações fantasmas, como lhes chama, fascinam-no muito mais do que aquilo a que chama o seu "banal filosofar quotidiano". Parte deste fascínio decorre do facto de ele desconhecer a origem destas coisas e o modo porque vieram ter à sua mente. Será o cérebro humano como um terreno onde podem vir semear-se plantas, flores, ervas daninhas e mesmo embriões de grandes árvores, segundo a direcção do vento ou o traçado do voo das aves?"

27 agosto 2007

Agosto

A gosto

Livros entre férias entre livros

Crianças e histórias de crianças e livros e gosto de Agosto

Hoje as canções sobrepunham-se ao cheiro de carris de Comboios

Histórias muitas, tantos brilhos no olhar

Agosto em viagem Agosto a chegar

São tantos livros de que falar, mas hoje…

A varanda, o luar, tanto para ouvir do tanto que se quer contar

A magia

Nasce

(Ente tantos)

dias de partilhar

The Power of Schmooze Award

Um convite de um grande amigo, o Skorpios honrou-nos quando nos atribuiu este prémio!!!! Depois de "conversarmos", decidimos atribuir/retribuir o prémio aos seguintes blogues: Por ordem aleatória... 1. O País das Mil Ervilhas 2. Linha do Norte 3. Respirar o Mesmo Ar 4. Folhas da Gaveta 5. O Livro no Espaço Triste Para mais informações, remeto-vos para IaOeOaI e para: The Power of Schmooze Award Boa Sorte!!!

22 agosto 2007

Leituras de Férias

Há algum tempo que não escrevo por aqui... Já era altura de actualizar as minhas leituras!!! Sim, estive semi de férias, se é que se pode dizer que há meias férias... No entanto consegui pôr em dia as minhas leituras. Como são férias iniciei por uma reedição das Edições Asa: policiais!! particularmente sou grande fã de Erle Stanley Gardner e o seu advogado - detective Perry Mason! Há muito tempo que não encontrava livros dele à venda e estava à espera de uma reedição!!! A Asa parece que me ouviu, e aos restantes leitores deste tipo de livro, e fez uma edição dos clássicos de Agatha Christie e de Sir Conan Doyle. Para quem gosta de puxar pelas célulazinhas cinzentas aqui vai a minha sugestão!!!